O dia 30 de Maio, último dos três dias de Feira Medieval em Miranda do Douro, não foi tão recheado de acontecimentos, também porque tive que partir antes de anoitecer, não tendo tempo para acompanhar todo o programa.
Pelas onze horas estava eu junto à Sé de Miranda do Douro, onde se celebrou uma Missa Medieval. Imaginei coisas, do tipo de a missa ser em latim… mas foi bastante “normal”. Sem perturbar muito consegui aproximar-me do altar da cerebração. Apesar de ser um católico pouco praticante, respeito os espaços e as celebrações. Tirei algumas fotografias, sem flash, da forma mais disfarçada que me foi possível, mas não faltavam “concorrentes” que fotografam e filmavam tudo.
Os elementos do coro, que conheço bem, não ocupavam os seus lugares habituais. Estes eram ocupados pelo grupo coral Medievus Chorus. Esta foi a principal diferença em relação às celebrações habituais, além de que o banco da frente era ocupado por algumas individualidades que trajavam à maneira Medieval. Entre elas encontrava-se o senhor Presidente da Câmara, recentemente eleito, que durante os dias da Feira Medieval se integrou nas representações, sempre “bem” trajado. Fez uma das leituras na Eucaristia.
No exterior da Sé preparava-se o cenário para o final da celebração. Foram chegando os pedintes, com ar bastante miserável, a Hoste do Magriço, o Grupo de Danças Antigas de Óbidos e os Pauliteiricos de Miranda. Terminada a celebração, o Largo da Sé foi inundado de todo o clima Medieval com danças, cantos e pregões. Acabei por concentrar a minha atenção nos Pauliteiricos. O folclore que envolve os pauliteiros e as danças mistas mirandesas fascina-me, também no aspecto fotográfico.
Depois do almoço voltei ao jardim dos Frades Trinos para um café e na esperança de assistir a um torneio de armas. Senti-me meio perdido e percorri os principais locais dentro da muralha à procura do centro dos acontecimentos, sem perceber bem o que estava a acontecer e aonde. Às 16 horas começou a formar-se o cortejo no Largo do Castelo que se dirigiu para o Largo D. João I. Aqui se desenrolaram vários acontecimentos dos quais realço: uma dança executava por uma elegante bailarina segurando uma serpente e um dos pedintes que mais impressionou durante toda a feira fez um eloquente e poético discurso surpreendendo todos os que assistíamos.
Pelas dezassete horas abandonei Miranda.
Passei em Miranda quase dois dias. As actividades sucederam-se em catadupa, quase não me dando tempo para comer. Já passei em Mirando muitas festas, muitas feiras, mas estas foram diferentes. Sempre imaginei a cidade em épocas anteriores e tive a possibilidade de as visitar, ainda que a representar. A cidade está talhada para eventos desta natureza. Elementos da companhia de teatro VivArte confidenciaram-me que a feira já está garantida para os próximos 3 anos. A ser assim, tudo farei para estar presente.
Não sei se o balanço da feira foi, muito ou pouco positivo. Passaram pelo recinto vários milhares de pessoas, mas falta saber se as tasquinhas fizeram o negócio que esperam e se os artesãos e produtores venderam os seus produtos. Há, certamente, algumas coisas que serão corrigidas em próximas edições como o facto, sentido por alguns expositores e artesãos locais, de ninguém da organização ter passado pelas diferentes barraquinhas a dar um cumprimento ou um agradecimento. As mudanças políticas no concelho ainda são muito recentes ...
Se foi bom para o concelho, que se repita.
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