Acompanhei à distância algumas provas do género, nomeadamente no concelho de Montalegre, e, quando apareceu a notícias que que haveria um evento em Miranda do Douro apressei-me a marcar os dias no calendário.
A minha idade, meu peso, e, sobretudo, o meu sedentarismo, não me permitiram sonhar com as provas mais importantes, como o Trail, ou a Maratona, a ideia era só estar presente e acompanhar o movimento que um evento do género iria trazer a Miranda do Douro (concelho).
As inscrições foram crescendo e somaram mais de 3 centenas, quase 4! O Trail Miranda do Douro integrou a European Moutain Marathon, pontuando para ao Trail do Monte Branco, um sonho de prova, até para quem só pode apreciar as imagens e não pode subir e descer os Alpes.
Fotografia de Duarte Pacheco |
No dia 10 à noite cheguei a Miranda, com mau tempo, preocupado com as condições atmosféricas que se fariam sentir no dia seguinte. Inscrevi-me na caminhada, com uma extensão aproximada de 15 Km. Faria a caminhada com qualquer tipo de condições atmosféricas, como rijo transmontano que julgo ser. Não seria uma chuva miudinha a demover-me de caminhar.
No sábado de manhã fui dos primeiros a chegar ao Estádio Municipal. Não chovia mas havia nevoeiro que impedia de ver a silhueta das muralhas do castelo. Os atletas foram chegando e fazendo o seu check in, no balcão montado para o efeito, munido de um sistema informático onde constavam todos os inscritos. Ao contrário dos computadores, os operadores não estavam assim tão bem preparados. Eu estava confuso com o almoço. No programa constava um reforço à chegada, mas ninguém me soube confirmar como, onde e quando. Dada a falta de informação arrisquei a telefonar à família dizendo que não contassem comigo para o almoço. Prevenido que sou, pelo menos nestas andanças, levava comigo, na mochila, líquidos, fruta e outros alimentos para qualquer eventualidade.
O nevoeiro teimou em não levantar e a partida das diferentes provas foi adiada 45 minutos.
Perto das 10 horas da manhã o sol mostrou-se e os atletas soltaram o seu entusiasmo, com a saída para a Maratona Trail.
Algum tempo mais tarde deu-se a partida para as restantes provas, com a caminhada a ter início perto das 11 horas. Soube então que o destino seria S. João das Arribas, na aldeia de Aldeia Nova. Confesso que fiquei um pouco despontado. Tinha para mim que a organização teria seleccionado um trilho fantástico, percorrendo as arribas do Douro, com vistas de cortar a respiração e descobertas nunca feitas nas minhas caminhadas mal programadas e sem guia, mas tal não aconteceu.
O traçado da caminhada foi o mais pobre que se podia oferecer, para nós que somos da terra e que já o fizemos mais de meia dúzia de vezes. Pode ser que os visitantes o tenham achado interessante, mas eu acho que nada foi feito para o enriquecer.
Felizmente o resto de nevoeiro desapareceu e quando percorremos o Parque Urbano do Rio Fresno o céu já se apresentava de um belíssimo azul, anunciando um dia fora de série para percorrer o Planalto.
Começámos pelo Parque Urbano do Rio Fresno; subimos ao Castelo; passámos pelo Mercadinho e saímos pela Terronha em direção a Vale de Águia. Pelo caminho não tivemos direito a admirar o rio Douro, a visitar um dos moinhos de água ou mesmo o castro de Vale de Águia. A organização e apoio estava limitada a um guia, que seguia à frente, invitando qualquer afastamento do caminho, uma vez que não poderia controlar todo o grupo (cerca de 60 pessoas).
Em Vale de Águia houve "reabastecimento" de líquidos, em dois fontanários que existem no centro da aldeia. Havia muitas crianças, algumas muito pequenas e foi bom não ser necessário qualquer apoio, caso contrário seria muito complicado.
À uma da tarde estávamos em Aldeia Nova. Foi-nos dito que quem quisesse poderia ficar ali até que o autocarro chegasse, os restantes desceriam ao Castro de S. João das Arribas. Penso que nem meia dúzia de pessoas optou por ficar, o que mostrou uma boa condição física dos caminheiros.
Foi com alguma mágoa que desci ao miradouro. As imagens do último incêndio no local vieram-me à memória e, confesso, nunca vi a paisagem tão despida. Felizmente abril é um mês cheio de vida e tufos de flores alegravam a paisagem dando vida às rochas. Em redor da capela havia lírios em flor e muita verdura. A paisagem era, como seria de esperar, fantástica. Demorámo-nos algum tempo no local. A beleza natural não dispensava uma visita à capela ou uma informação sobre o castro, mas nada disso foi pensado.
Regressámos a Aldeia Nova onde esperámos o autocarro que nos deixou junto ao Estádio Municipal perto das duas horas da tarde.
Ninguém nos informou sobre o reforço. Eu e mais 3 ou 4 pessoas entrámos no estádio e realmente havia reforço; algumas pedaços de tomate, laranja, queijo e marmelada!
Voltei a caminhar até ao Parque Urbano do Fresno e, tranquilamente, saboreei a merenda que desde as 8 da manhã carregava às costas.
No domingo pretendia deslocar-me por meios próprios para fazer fotografias das provas, não consegui saber os traçados. Sem saber os percursos não conseguia escolher os locais para as fotografias e desisti da ideia.
Decididamente fiquei de pé atrás com a organização do evento. Apenas posso falar da caminhada, em que participei. Mais tarde, chegou-me o feedback de que houve problemas quer nas marcações dos percursos, quer nas cronometragens. E pena, Miranda do Douro merecia melhor.
Tive oportunidade de desabafar com pessoas da Câmara que me informaram que forneceram para os reforços aquilo que a organização pediu. Tiveram até a reocupação de incluir Bola Doce além do solicitado.
Decididamente pensarei duas vezes antes de me inscrever numa prova com uma organização tão "profissional". Estou habituado a participar em eventos onde o mais importante são as pessoas e não os tempos. Parece-me que o evento trouxe bastante gente a Miranda do Douro, mas fico com dúvidas se voltarão, caso haja repetição no próximo ano.
Há três aspectos muito positivos que quero destacar (até porque fica bem terminar com um balanço positivo); as pessoas que participaram na caminhada (incluindo o guia) eram todas muito simpáticas e foi um prazer caminhar com elas: as fotografias que a organização do Trail tirou nas várias provas (com excepção das caminhadas!), ao douro e aos participantes, antes e durante as provas, são de muito boa qualidade e não me tenho cansado de as divulgar no Facebook; por último, e a maior razão para se voltar a Miranda, o dia esteve fantástico, as paisagens são maravilhosas e vale sempre a pena respirar o ar saudável da cidade, das aldeias vizinhas e dos campos que as circundam.
No domingo pretendia deslocar-me por meios próprios para fazer fotografias das provas, não consegui saber os traçados. Sem saber os percursos não conseguia escolher os locais para as fotografias e desisti da ideia.
Decididamente fiquei de pé atrás com a organização do evento. Apenas posso falar da caminhada, em que participei. Mais tarde, chegou-me o feedback de que houve problemas quer nas marcações dos percursos, quer nas cronometragens. E pena, Miranda do Douro merecia melhor.
Tive oportunidade de desabafar com pessoas da Câmara que me informaram que forneceram para os reforços aquilo que a organização pediu. Tiveram até a reocupação de incluir Bola Doce além do solicitado.
Decididamente pensarei duas vezes antes de me inscrever numa prova com uma organização tão "profissional". Estou habituado a participar em eventos onde o mais importante são as pessoas e não os tempos. Parece-me que o evento trouxe bastante gente a Miranda do Douro, mas fico com dúvidas se voltarão, caso haja repetição no próximo ano.
Há três aspectos muito positivos que quero destacar (até porque fica bem terminar com um balanço positivo); as pessoas que participaram na caminhada (incluindo o guia) eram todas muito simpáticas e foi um prazer caminhar com elas: as fotografias que a organização do Trail tirou nas várias provas (com excepção das caminhadas!), ao douro e aos participantes, antes e durante as provas, são de muito boa qualidade e não me tenho cansado de as divulgar no Facebook; por último, e a maior razão para se voltar a Miranda, o dia esteve fantástico, as paisagens são maravilhosas e vale sempre a pena respirar o ar saudável da cidade, das aldeias vizinhas e dos campos que as circundam.