30 de junho de 2010

TasOsMontes.Net

A vontade de partilhar na Internet as minhas “viagens” por vilas e aldeias de Trás-os-Montes nasceu há mais de uma década, com os meus primeiros contactos com a Web. A primeira experiência chamou-se “O Trasmontano” e chegou a estar disponível na GeoCities, abarcando todos os concelhos do distrito de Bragança. Morreu principalmente pela minha indisponibilidade para o “alimentar”.
Em 2004 iniciei uma volta pelas freguesias do concelho de Miranda do Douro e fiz nascer o siteÀ Descoberta de Miranda do Douro, primeiro da série e que ainda se mantém online. Pela minha vida profissional e pelo gosto pessoal em conhecer e fotografar a região, novos blogues foram aparecendo, tendo o mesmo formato, mas cada um dedicado a seu concelho. No entanto, como são todos dinamizados por mim, acabam por ter muito em comum. Pensei em partilhar algumas postagens entre eles, mas, a opção final foi a criação de um novo espaço, também em formato blogue (por enquanto), que congregue informação disseminada pelos diferentes locais: À Descoberta de Miranda do Douro, À Descoberta de Vila Flor, À Descoberta de Carrazeda de Ansiães, À Descoberta de Mogadouro, À Descoberta de Freixo de Espada à Cinta, À Descoberta de Torre de Moncorvo e A Linha é Tua (blogue dedicado à Linha do Tua).


A partir de agora toda a (nova) informação dos diferentes blogues será disponibilizada também no espaço TasOsMontes.Net, sem necessidade de andar a saltar de Blogue em Blogue. Tentarei também partilhar, neste espaço, fotografias que tenho colocado na plataforma Flickr, onde tenho mantido uma relativa actividade. Com o tempo pode ser que haja algumas evoluções, uma vez que estou sempre a aprender.
Espero que o novo espaço seja uma janela aberta para o Trás-os-Montes que eu capto, seja em fotografias, seja em palavras.

28 de junho de 2010

Feira Medieval - dia 30 de Maio

O dia 30 de Maio, último dos três dias de Feira Medieval em Miranda do Douro, não foi tão recheado de acontecimentos, também porque tive que partir antes de anoitecer, não tendo tempo para acompanhar todo o programa.
Pelas onze horas estava eu junto à de Miranda do Douro, onde se celebrou uma Missa Medieval. Imaginei coisas, do tipo de a missa ser em latim… mas foi bastante “normal”. Sem perturbar muito consegui aproximar-me do altar da cerebração. Apesar de ser um católico pouco praticante, respeito os espaços e as celebrações. Tirei algumas fotografias, sem flash, da forma mais disfarçada que me foi possível, mas não faltavam “concorrentes” que fotografam e filmavam tudo.
Os elementos do coro, que conheço bem, não ocupavam os seus lugares habituais. Estes eram ocupados pelo grupo coral Medievus Chorus. Esta foi a principal diferença em relação às celebrações habituais, além de que o banco da frente era ocupado por algumas individualidades que trajavam à maneira Medieval. Entre elas encontrava-se o senhor Presidente da Câmara, recentemente eleito, que durante os dias da Feira Medieval se integrou nas representações, sempre “bem” trajado. Fez uma das leituras na Eucaristia.
No exterior da Sé preparava-se o cenário para o final da celebração. Foram chegando os pedintes, com ar bastante miserável, a Hoste do Magriço, o Grupo de Danças Antigas de Óbidos e os Pauliteiricos de Miranda. Terminada a celebração, o Largo da Sé foi inundado de todo o clima Medieval com danças, cantos e pregões. Acabei por concentrar a minha atenção nos Pauliteiricos. O folclore que envolve os pauliteiros e as danças mistas mirandesas fascina-me, também no aspecto fotográfico.
Depois do almoço voltei ao jardim dos Frades Trinos para um café e na esperança de assistir a um torneio de armas. Senti-me meio perdido e percorri os principais locais dentro da muralha à procura do centro dos acontecimentos, sem perceber bem o que estava a acontecer e aonde. Às 16 horas começou a formar-se o cortejo no Largo do Castelo que se dirigiu para o Largo D. João I. Aqui se desenrolaram vários acontecimentos dos quais realço: uma dança executava por uma elegante bailarina segurando uma serpente e um dos pedintes que mais impressionou durante toda a feira fez um eloquente e poético discurso surpreendendo todos os que assistíamos.
Pelas dezassete horas abandonei Miranda.
Passei em Miranda quase dois dias. As actividades sucederam-se em catadupa, quase não me dando tempo para comer. Já passei em Mirando muitas festas, muitas feiras, mas estas foram diferentes. Sempre imaginei a cidade em épocas anteriores e tive a possibilidade de as visitar, ainda que a representar. A cidade está talhada para eventos desta natureza. Elementos da companhia de teatro VivArte confidenciaram-me que a feira já está garantida para os próximos 3 anos. A ser assim, tudo farei para estar presente.
Não sei se o balanço da feira foi, muito ou pouco positivo. Passaram pelo recinto vários milhares de pessoas, mas falta saber se as tasquinhas fizeram o negócio que esperam e se os artesãos e produtores venderam os seus produtos. Há, certamente, algumas coisas que serão corrigidas em próximas edições como o facto, sentido por alguns expositores e artesãos locais, de ninguém da organização ter passado pelas diferentes barraquinhas a dar um cumprimento ou um agradecimento. As mudanças políticas no concelho ainda são muito recentes ...
Se foi bom para o concelho, que se repita.

22 de junho de 2010

Feira Medieval - dia 29 de Maio - Filme

O dia 29 de Maio foi tão intenso que, por mais fotografias que publique, ficará sempre muito por contar. Compilei algumas fotografias e pequenos vídeos feitos com a máquina fotográfica com um pouco do que se passou ao longo do dia. Para mais tarde recordar...

16 de junho de 2010

Feira Medieval - dia 29 de Maio

Nos dias 28, 29 e 30 de Maio realizou-se em Miranda do Douro uma Feira Medieval. Que eu tenha conhecimento, este foi o primeiro evento do género, embora alguns residentes tenham memória de ter havido algumas pequenas iniciativas.
Também foi uma novidade para mim o facto de me ter deslocado a Miranda do Douro no papel de turista, apesar da minha residência oficial continuar a ser nessa cidade. Mas foi na qualidade de turista que estive dia 29 e 30 a acompanhar grande parte do programa da feira.

Pelo que pude saber, o dia 28 foi muito animado, com a participação de alunos de escolas dos concelhos Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso. Muitas crianças integraram o desfile, talvez mais do que o número de assistentes, uma vez que realizando-se em dia de trabalho, só os pais de alguns alunos se podem ter deslocado à cidade para assistir. À noite houve animação no largo do castelo.
No Sábado, levantei-me cedo. Não queria perder nada dos acontecimentos. Rapidamente verifiquei que o programa era uma mera indicação, e que tudo iria ocorrer com pelo menos uma hora de atraso. Mas foi bom porque assim pude andar pelo recinto do largo do castelo, calmamente, apreciando tudo e cumprimentando alguns amigos que não via há bastante tempo.

Soube que a população da cidade se preparou durante alguns meses para o evento. Confeccionaram as roupas ao estilo da época medieval e planearam tabernas, comidas, artesanato e encenações. Os primeiros personagens que vi no Mercado eram pessoas conhecidas, mas começaram a aparecer pessoas de outras raças, negros, mouros, soldados, malabaristas, músicos e nobres.
Depois de aberto “oficialmente” o Mercado, a animação tomou conta de tudo e as pessoas começaram a surgir como que por encanto. É conhecida a afluência de espanhóis durante o fim-de-semana a Miranda do Douro e a Feira Medieval foi mais um atractivo de peso. Esta pequena cidade vive muito do comércio, e com uma grande quota da restauração. Este evento, tal como outros no passado e no presente, pretendem atrair mais gente do lado de lá da fronteira, uma vez que Espanha parece mais “próxima” do que Portugal. Pode ser que o IC5 venha alterar um pouco esta tendência, mas muito dificilmente isso acontecerá.

Passei toda a manhã no recinto do “Mercado”, visitando todas as barraquinhas, apreciando o artesanato e produtos da terra de Miranda. À hora de almoço o recinto ficou praticamente vazio. O sol intenso queimava e isso fez com que as barraquinhas de comes e bebes não tivessem muitos clientes.
Estava na hora de almoço mas não quis desperdiçar o intenso céu azul que tanto gosto de fotografar. Deixei o recinto do castelo e, em vez de ir almoçar, fiz uma volta rápida por toda a cidade antiga, tirando proveito da decoração e da luminosidade, que estava fenomenal. Foi uma volta cansativa, mas valeu a pena. Com tempo mostrarei algumas das fotografias que tirei.
Ao início da tarde aconteceu a chegada de D. Isabel. O cortejo começou na Av. Aranda de Duero e dirigiu-se depois para o Largo do Castelo. Nesta altura pode dizer-se que já havia uma multidão a acompanhar o cortejo.

Entre outras coisas, uma esbelta dançarina executou uma dança do ventre com tamanha graciosidade que, por momentos, se fez um grande silêncio na assistência. O cortejo seguiu depois para o jardim dos Frades Trinos, não sem antes parar no Largo da Sé. Aqui aconteceu uma das cenas mais caricatas, quando um par de noivos que se preparavam para a cerimónia se viu, sem mais nem menos, perante o Rei com toda a sua corte. O Rei prescindiu da prima nocte, mas o casal teve que integrar o grupo de baile e executar uma verdadeira dança palaciana perante os aplausos da assistência e dos seus convidados.
No jardim dos Frades Trinos realizou-se um torneio de armas de cortesia entre cavaleiros portugueses e castelhanos. Cavaleiros só havia um, mas isso não impediu que houvesse um grande espectáculo de lutas com espadas e exercícios com falcões. Deve ter sido um dos momentos mais apreciados dos três dias de festa. Adorei o cavaleiro e o seu cavalo, dois verdadeiros artistas.

De regresso ao Largo do Castelo fui surpreendido com um dos momentos mais entusiasmantes do evento: a actuação de um grupo de música medieval, penso que era da Bretanha, chamado Tornals. É fantástico como o som nos pode fazer viajar no tempo! A musicalidade, a indumentária e o entusiasmo dos executantes, foi tudo fantástico.
À noite decidi jantar no Mercado. Com o fresco da noite já todas as tasquinhas se encheram de clientes que se deliciaram com os mais variados manjares. Havia porco no espeto, javali, tripas e muitas outras iguarias servidas de forma pouco habitual, uma vez que havia algumas regras que era necessário respeitar.
Enquanto saboreei o meu jantar actuaram os Pauliteiros de Prado Gatão.

A Ceia Medieval, servida com todos os requintes no interior do castelo, não tinha muitos comensais. Eram mais os animadores que alegravam o banquete do que aqueles que comiam. Não cheguei a perceber o porquê desta situação. Não sei se foi o preço que afastou os clientes ou se a falta de informação. É que os acontecimentos sucediam-se e não era fácil estar a par de onde, e o que é que se estava a passar. Trouxe sempre o programa comigo e confesso que às vezes me senti perdido.
Ainda a ceia não tinha terminado e já uma mesnada leonesa raptava as freiras e as fechava na torre do castelo. Preparam-se os soldados para o resgate das freiras (que ao que parecia não queriam ser resgatadas). Armaram-se os pauliteiros com bestas, mas os castelhanos estavam mais interessados nas freiras e numa pipa de vinho (que era a sua perdição). Resgatadas as freiras, já não muito castas, armou-se um baile com os Pauliteiros.

Quase sem deixar respirar o público, as Lérias – Associação Cultural e a Caramonico, de Palaçoulo, apresentaram uma encenação, Caça ao Trasgo, que culminou com uma dança em que os tradicionais paus dos pauliteiros foram substituídos por verdadeiras espadas. O bater violento do metal ao ritmo da dança dos pauliteiros causava arrepios na assistência e causou também alguns ferimentos nos valentes bailadores. Dança, música, fogo e a virilidade dos jovens executantes cativaram o público que os aplaudiu com muito entusiasmo.
Depois de mais algumas danças medievais executadas por um grupo vindo de Óbidos, subiu ao palco para abrilhantar o resto da noite o grupo Galandum Galundaina. Tocaram algumas músicas do seu último álbum, lançado recentemente. Este grupo, formado por filhos da terra, é o mais conhecido e internacional grupo do Planalto Mirandês. Marcam presença em festivais de música tradicional pelo mundo inteiro, mas é em Miranda que se sentem em casa.

Perto da meia-noite regressei a casa. Não queria perder as actividades do dia 30 e tinha que descansar de um sábado intenso, com tantas cores, sons e sabores que os sentidos tiveram dificuldade em processar.

9 de junho de 2010

Dia de Primeira Comunhão

Grupo de crianças que fez a sua primeira comunhão na Sé de Miranda do Douro, no dia 3 de Junho de 2010.

5 de junho de 2010

Procissão do Corpo de Deus

No dia 3 de Junho realizou-se na Sé de Miranda a Festa do Corpo de Deus à qual se seguiu uma procissão pelas ruas mais antigas da cidade.
Esta festa coincidiu, como habitualmente, com as primeiras comunhões das criança, o que fez com que as cerimónias fossem mais festivas e mais participadas.
Incompreensivelmente o parque de estacionamento junto à Sé está encerrado. Aparentemente está pronto! Estranhei esta situação durante a Feira Medieval e acabou por causar algum transtorno também no dia do Corpo de Deus. Até o senhor padre fez ouvir os seus protesto do altar, devido ao caótico estacionamento feito em frente à Sé que dificultou a procissão.