27 de agosto de 2013

14º Festival Intercéltico de Sendim (01)

No início do mês de agosto reservei alguns dias para estar, pela primeira vez, no Festival Intercéltico de Sendim. Sempre tive vontade de ir a este festival, e muitas vezes estive por perto, mas a verdade é que os dois primeiros fins-de-semana de agosto estão sempre repletos de coisas para fazer, lugares a onde ir e família a visitar. Este ano não foi diferente, mas foi uma questão de "dar a volta" às prioridades.
Tinha pensado estar nos três dias do festival, mas faltei logo ao primeiro. Preenchi o dia a percorrer algumas aldeias do concelho de Miranda e doutras do de Vimioso e à noite já não senti entusiasmo.
No segundo dia do festival compareci depois da hora de almoço.
Apanhei já a terminar no Centro de Música Tradicional Sons da Terra, o lançamento de livros e a homenagem ao gaiteiro Alexandre Augusto Feio. Foi pena, teria sido interessante.
No edifício da Casa da Cultura estava a decorrer  a atividade Canto de Interversão pela AJA (Associação José Afonso) do Norte. Foram momentos muito empolgantes. Embora eu fosse muito novo em 74, muita coisa ficou gravado na minha memória. A música ainda anda por aí e muitos lhe são sensíveis. A plateia sabia de cor cada canção, acompanhava os artistas, batia palmas e ouvia com atenção cada palavra. O calor sentia-se e não era só o da sala a abarrotar de gente. Foi muito bom.
No final do espetáculo pude apreciar mais uma vez a exposição "Ls Mielgos - Sposiçon de Pintura" e conversar um pouco com o pintor Manuol Bandarra, de quem tenho o prazer de ser amigo.
Fazia-se sentir um calor abrasador e só se estava razoavelmente bem à sombra. Por isso, a oficina de danças mirandesas, no Largo da Igreja, realizou-se num cantinho, onde os raios de sol não chegavam. O jovenzito Dinis Arribas cresceu, fez-se homem e animou a dança. Eu bem queria participar, mas não podia fazer as duas coisas, fotografar e dançar, pelo que me fiquei pela primeira. Os aprendizes de bailadores não eram todos propriamente aprendizes! Notavam-se por ali alguns mirandeses que já nasceram com pé para a dança, mas todos evoluíram bastante.
Ao jantar fiquei indeciso sobre se deveria comer alguma coisa numa das várias tasquinhas que havia  ou se deveria fazer uma refeição mais séria. Optei por me deslocar a Palaçoulo, ao restaurante Imperial e não me arrependi.
Voltei a Sendim a tempo de acompanhar o desfile para o Parque das Eiras. Ao contrário do dia a noite estava muito fria. O ambiente não parecia melhor, com o espaço muito vazio e sem vida. Curiosamente as primeiras pessoas a entrarem foram idosos, alguns deles transportando o seu banquinho! Não era bem o ambiente que eu imaginava de um festival Intercéltico, mas foi-se alterando ao longo da noite à medida que as bandas começaram a tocar.
A primeira banda da noite foi Canto D'aqui com um reportório de música popular de ouro embora com pouco de celta. Eu fiquei encantado e acho que grande parte do público também. A banda é composta por muitos elementos, todos cantam e cada um toca o seu instrumento com mestria. Enchem o palco e a sua música cativa. Um dos pontos altos aconteceu com a canção Marião.
Seguiu-se-lhe a estrela da noite, Susana Seivane, gaiteira galega que contribuiu para que muitos estivessem ali. Confesso que desconhecia a gaiteira, bem como os outros grupos que se exibiram, por isso foi pelo festival em si e não por este ou aquele grupo.
O espetáculo aqueceu e de que maneira. Não foi só o som da gaita galega, é também a figura da mulher, a sua postura em palco, toda a banda, o luz e o som. Foi realmente um show completo, dado por quem domina os palcos e sabe puxar pelas pessoas. A gaiteira sentiu-se em casa, não fosse a Galiza aqui tão perto. Dei comigo a pensar - que pena não haver em terras de Miranda quem consiga produzir um espetáculo assim! Não estamos mal servidos, mas se música é o que não falta, há que apostar nas outras vertentes  do espetáculo.
A som da gaita é um pouco cansativo para mim, mas o espetáculo também se desenvolveu com outros instrumentos e foi minuto bom. A Susana arrasa em palco.
Depois do grande show seria de esperar uma banda só para terminar a noite, mas fui positivamente surpreendido. O grupo Antubel sem a espetacularidade da Susane Seivane superaram em musicalidade, invadindo a noite com influencias celtas, do norte de África, e muitas outras se fazem da música uma forma universal de comunicar. O aspeto algo franzino do líder da banda rapidamente fica esquecido quando este pega na flauta, na gaita de foles ou num dos muitos instrumentos que toca. Músicas como "La vindimia" ou "A la entrada de Leon" transportaram-me para outros ambientes, esqueci o castelhano, preencheram o meu imaginário. Para mim o melhor da noite e só por esta banda já valeu a pena ir ao Intercéltico.
No dia 4 de agosto também estive em Sendim, mas disso darei conta noutra escrita.

15 de agosto de 2013

Festibal de la Cançon

O XXVII Festival da Canção de Miranda do Douro teve lugar no dia 6 de julho de 2013. O Largo D. João III encheu-se para ouvir as canções participantes mas também para apreciar os Lenga Lenga Gaiteiros de Sendim.
Já não assistia a este festival já há alguns anos. Fui surpreendido com este acontecimento, por me encontrar em Miranda e não quis perder.
Este festival tem como principais objetivos estimular a produção musical, incentivar o aparecimento de novos compositores, autores e interpretes e contribuir para a divulgação das potencialidades do Concelho de Miranda do Douro nos domínios turístico, cultural e natural. Penso que já houve edições em que as canções tinham que ser cantadas em língua mirandesa. Nesta edição não era obrigatório mas era valorizado.
Os realizadores do evento já devem ter feito o seu balanço. Vou alinhar algumas ideias com que fiquei depois deste espetáculo.
Não sei se é da crise, mas o número de participantes pareceu-me muito reduzido. Comparando com algumas edições onde estive presente deu para notar uma grande diferença. Num concelho onde a música e a dança têm uma forte implantação, onde funcionam aulas de música dos mais varias instrumentos, onde há uma Casa da Música, onde há muitos grupos musicais, onde se publicam mais e mais livros, uns de poesia, outros não, seria de esperar mais e melhor participação. Cada vez há menos gente a fazer coisas por gosto, mas talvez alguns prémios tenham ficado por atribuir, por falta de participantes.
Quanto à divulgação pela comunicação social, é triste mas ela só aparece quando acontecem coisas más e Miranda do Douro tem disso experiência recente. Isso não tem nada a ver com Miranda, esse fenómeno nota-se por todo o interior. Tenho estado em acontecimentos muito interessantes e não há um único órgão de comunicação social presente e quando os há são muitas vezes aqueles em que a autarquia paga.
Apesar de tudo, o largo esteve cheio e as pessoas aplaudiram incondicionalmente os participantes. A apresentação também esteve muito bem, tentando animar a plateia com brincadeiras, algumas bastante interessantes.
A atribuição dos prémios não me pareceu muito bem aceite pelo público, mas parece que isso já é  normal. Havia mais de 2500€ em prémios, incluindo prémios para a melhor música, para a melhor interpretação e melhor letra. Gostei da canção vencedora (também foi a que arrecadou mais prémios) mas se tivesse ganho outra também não me surpreendia.
Depois do evento ultrapassar as "Bodas de Prata" é preciso coragem para continuar a apostar nele. Será talvez necessário ultrapassar certos separatismos e pensar pensar a cidade e o concelho como a casa de todos.
Nunca tinha visto um espetáculo dos Lenga Lenga e foi muito bom. Sempre com o à vontade de quem está em casa encantaram com a sua música desprovida de artifícios e com alegria com que a executaram. Ganharam mais um fã.

14 de agosto de 2013

Rio Douro

Um dos miradouros mais bonitos que existem no concelho de Miranda do Douro situa-se no termo de Aldeia Nova, mais concretamente junto à capelinha do S. João das Arribas.
Dentro do Parque Natural do Douro Internacional, é um local fantástico que junta o belo com o agreste, o sagrado e o histórico.
É acessível em automóvel ligeiro, por uma estrada de terra batida desde Aldeia Nova, mas para os amantes das caminhadas é um bom destino, com possibilidade de passar por vários locais de interesse, partindo de Miranda do Douro na crista das arribas.

13 de agosto de 2013

Passeio Pedestre no Planalto Mirandês - Miranda - Naso

Aventura, emoção, animação e muita adrenalina são alguns dos ingredientes que vai encontrar no Passeio Pedestre no Planalto Mirandês, a realizar no próximo dia 1 de setembro.
A história, a cultura e a tradição vão marcar presença ao longo dos 14 km de percurso entre Miranda do Douro e o Naso.
Para além disso, os participantes vão ter a oportunidade única de desfrutar de uma das mais belas paisagens do Planalto Mirandês e ao mesmo tempo comunicar com os habitantes de algumas aldeias do concelho.
Inscrições até ao próximo dia 29 de agosto no Posto de Turismo de Miranda do Douro, Edifício da UTAD e Juntas de Freguesia.

Participe!

Programa
Hora da partida: 8h.00
Local da partida: Posto de Turismo de Miranda do Douro
Itinerário: Miranda – Malhadas – Naso - Regresso a Miranda do Douro (transporte assegurado pela autarquia)
Total do percurso: 14 km
Duração: 3 horas

Conselhos úteis – calçado apropriado, roupa leve, água fresca.

9 de agosto de 2013

Cruzeiro de Sendim

Cruzeiro de encruzilhada constituído por três degraus moldurados, um plinto de planta quadrada, um fuste cilíndrico, um capitel coríntio e uma cruz de secção quadrada. Foi, provavelmente, construído em 1907, conforme data gravada no fuste.