23 de junho de 2011

Miranda do Douro - Um paraiso Natural e Cultural


Miranda do Douro - Um paraiso Natural e Cultural

16 de junho de 2011

Festa das Aves II - 12 de Junho

O terceiro dia da Festa das Aves tinha um programa um pouco mais "curto" e confesso que estive tentado a fazer gazeta, mas ainda bem que não o fiz. Com as surpresas com que fui brindado no dia anterior, comecei a pensar que isto de observar aves tem muito de insistência, uma vez que elas não aparecem nem quando queremos, nem onde queremos.
O programa foi ligeiramente ajustado e contou com a orientação de uma pessoa bem conhecedora do terreno. A pessoa que nos acompanhou foi José Jambas, técnico de Ambiente, com um vasto conhecimento da região e das aves do Parque Natural do Douro Internacional, onde chegou a trabalhar. Tem também o gosto pela fotografia e durante a Festa das Aves houve fotografias suas expostas no café da aldeia.
Saímos de jipe em direção a Picote, mais concretamente ao Castro de Cigaduenha. O local é fantástico e senti pena de nunca ter lá estado noutras épocas do ano, mas vou voltar de certeza. Trata-se de um castro do final da Idade do Bronze, Idade do Ferro. Além da importância histórica e arqueológica, é um miradouro sobre o Douro, comparável a muitos que se estendem ao longo do Douro Internacional. Mas não foi a arqueologia nem a paisagem que nos levou àquele lugar. Foram as aves. Além das espécies que já tínhamos avistado nos dois dias anteriores, como o Grifo (Gyps fulvus)e o Abutre do Egipto (Neophron percnopterus), havia uma grande possibilidade de observarmos cegonhas-negras (Ciconia nigra), gralhas-de-bico-vermelho (Pyrrhocorax pyrrhocorax) e ninhos de abutres.
Depois das recomendações ao silêncio e ao respeito pelo lugar, colocámo-nos junto das falésias para observarmos os rochedos do outro lado do douro, onde os grifos fazem os seus ninhos.
Com a ajuda de telescópios contámos os ninhos. Havia vários filhotes em diferentes estádios de desenvolvimento. Os mais abundantes eram os grifos, mas, de vez em quando, os britangos também apareciam, chamando a atenção com o seu porte mais reduzido mas com o seu "fato" branco alvo. A certa altura olhei para os rochedos a meus pés e via um pequeno ponto negro muito esguio, era o melro.azul (Monticola solitarius), que aparecia ao terceiro dia, só para me satisfazer. Depois de tanto tempo a procurá-lo, apareceu exatamente onde seria de esperar, nos locais mais isolados, nos rochedos mais inacessíveis. Chamou pouco à atenção, junto dos abutres e cegonhas-negras, mas eu tenho uma admiração especial pelos pássaros. O melro azul não é propriamente uma espécie que se aviste todos os dias.
Também as gralha-de-bico-vermelho se faziam ouvir, no outro lado do rio. De vez em quando um bando deslocava-se na escarpa.
O leito do rio estava anormalmente em baixo. A paisagem é admirável mas o momento não foi o mais feliz, mas fiquei muito contente por conhecer mais este miradouro.
A distância a que se deslocavam as aves não permitiu grandes fotografias, mas alguns grifos vieram espreitar sobre as nossas cabeças. Até se ouvia o ar nas suas penas! Acho que estavam curiosos.
Já depois da uma da tarde regressámos a Vila Chã da Braciosa. O almoço estava a ser preparado num parque de merendas a poucos metros da aldeia. A carne assada no churrasco acompanhada de salada foi uma boa refeição, regada a vinho verde (!) ou maduro. Ainda tive oportunidade de ouvir o grupo "Bailenga" que animou a noite de Sábado, na Casa do Povo.
Depois das despedidas, ainda tinha em mente uma passagem por Fonte de Aldeia, onde se realizada a festa da Santíssima Trindade, mas atrasei-me e acabei por não ir.

O balanço dos três dias passados em Vila Chã é muito positivo. Tirando um encontro de Birdwatching em Torre de Moncorvo, em 2008, nunca tinha participado em eventos do género. Confesso que estava a contar com mais participantes, mais festa e mais animação na aldeia. Esta ideia veio-me do filme da Festa das Aves 2010. Ao que pude apurar, o orçamento de 2011 foi bastante mais apertado. Pensei envolver mais a família no evento, mas acabei por seu o único a participar. Também contava que o evento fosse mais organizado, mas a filosofia foi um pouco diferente. A preparação e a utilização dos burros mirandeses, a participação de crianças (algumas de colo!), fizeram das saídas de campo autênticos passeios "em família". Mas valeu a pena. Utilizei pela primeira vez o Guia Fapas Aves de Portugal e Europa que comprei em 1998. Entusiasmei-me na observação das espécies embora os meus binóculos fossem muito fracos. Utilizei pela primeira vez um telescópio, é fantástico.

Fiz os possíveis com o equipamento fotográfico que tenho. A objetiva com zoom máximo de 270mm está muito à quem do necessário para a fotografia de aves. Espero ainda vir a ter um equipamento melhor.
A participação do Dr. Paulo Travassos (UTAD) foi essencial durante os três dias. Demonstrou muitos conhecimentos, muito entusiasmo e muita paciência para responder às nossas perguntas de principiantes.
Estão de parabéns a AEPGA (Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino) juntamente com a PALOMBAR (Associação de Proprietários de Pombais Tradicionais do Nordeste) e o Laboratório de Ecologia Aplicada (LEA) da UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro). Estão também de parabéns os que confecionaram as refeições, durante os três dias do evento.

Lista de espécies que observei:
Cegonha-negra - Ciconia nigra
Melro-azul - Monticola solitarius
Gralhas-de-bico-vermelho - Pyrrhocorax pyrrhocorax
Andorinha-dáurica - Cecropis daurica
Poupa - Upupa epops
Grifo - Gyps fulvus
Britango - Neophron percnopterus

11 de junho de 2011

Festa das Aves II - 11 de Junho

O segundo dia da Festa das Aves começou bem cedo para mim. Depois da experiência do primeiro dia, compreendi que os horários são vagas referências pelo que poderia gerir o tempo com menos preocupação com o rigor das horas.
Deixei os binóculos na mochila e peguei na máquina fotográfica decidido a fazer um passeio pela aldeia antes de me dirigir ao lugar da concentração. Visitei vários lugares entre os quais as ruínas da capela da Trindade, a antiga escola primária e a igreja matriz. As ruínas são muito curiosas, quer pelo pórtico da capela, pelas pinturas ainda existentes no seu interior ou pelos enormes esteios em granito que me fizeram lembrar Sta. Marinha, em Cércio. Da escola primária tenho muitas recordações. Nela trabalhou a minha esposa durante alguns anos, quando ainda havia quatro ou cinco crianças a frequentá-la. Hoje é um centro de dia. À igreja voltei porque estava com melhor equipamento fotográfico e queria tentar uma melhor fotografia do seu interior.
A observação de aves começou quando me encontrava no adro da igreja, porque nessa hora o redopio de aves era enorme. Apareceu um casal de pintarroxos (Carduelis cannabina), que fizeram com que me entusiasmasse. Apareceu também um pássaro nos com o bico cheio de insectos, sobre os pináculos da igreja. Pareceu-me uma emberiza, mas estranhei o local, uma vês que me pareceu que teria ninho no telhado da igreja. Vim saber, mais tarde, que se tratava de um pardal-francês (Petronia petronia).
Nos céus voavam grupos de rapaces, com águias, milhafres mas, sobretudo, abutres.
Constituiu-se o grupo para a visita de campo, mais numeroso do que no dia anterior, e partimos em direcção ao Douro. Percorremos locais muito agrestes com formações rochosas em granito impressionantes. Connosco estava o senhor presidente da junta que nos serviu de guia. Em conversa com ele fui-me inteirando dos nomes e de um pouco da história dos lugares por onde passámos: fragas, ribeiras, moinhos, vegetação, etc. Esqueci-me das aves com o entusiasmo das histórias do Poço da Moura, o Poço da Lã, o Poço do Inferno, os Lastrões, etc. A minha vontade era encontrar o melro-azul, mas tal não chegou a acontecer. Nesta zona pedregosa apenas é digno de realce o conto dos maranteus (Oriolos oriolos) e um casal de perdizes que repousava à sombra de uma moita.
O grupo só se animou perto da uma da tarde, já de novo no planalto, junto da ribeira. Aqui apareceram várias espécies entre as quais o tal maranteu (ou papa-figos, ou ainda marigacho) e o abelharuco (Merops apiaster) que eu ainda não tinha avistado, apesar de já ter escutado. Houve um pico de entusiasmo quando passou por mim um guarda-rios (Alcedo atthis), mas poucos tivemos a sorte de o avistar.
O grupo dividiu-se continuando eu o resto do percurso sozinho, seguindo um caminho completamente diferente, em perseguição de algumas flores que me apareceram nos lameiros da Veiga. Soube que foi avistado um pato-real (Anas platyrhynchos), mas eu fiquei-me pela cegonha-branca que aí tem o seu ninho. No percurso para a aldeia esbarrei sem querer com o ninho de uma cotovia (Galerida cristata).
Já passava das duas da tarde quando almocei, por isso não reparei na ementa. À mesa estávamos mais de 30 pessoas, o que significa que o número de participantes aumentou bastante.
Depois do almoço e de uma ida ao café, fizemos uma retrospectiva das espécies observadas usando algumas fotografias que fomos tirando. Seguiu-se depois mais uma sessão de teoria sobre a identificação de rupícolas e um pequeno filme sobre a gralha-do-bico-vermelho (Pyrrhocorax pyrrhocorax).
Uma nova saída para o campo aconteceu depois das cinco e meia. Confesso que estes horários estranhos mexem um pouco comigo, e, depois de acompanhar o grupo durante algum tempo ao longo da estrada Vila Chã – Duas Igrejas, fiz aquilo que não se deve fazer, abandonei o grupo. Decidi fazer caminhar um pouco e continuei até Duas Igrejas. As condições atmosféricas não estavam adequadas para a fotografia, pelo me preocupei só com a caminhada. À minha espera em Duas Igrejas tinha o meu “carro de apoio”, que me levou de volta a Vila Chã. Ainda bem que voltei, porque me esperava o momento do dia.
Voltei à veiga para mostrar ao meu filho o ninho da cegonha-branca, com dois filhotes. Um pouco mais à frente há uma lagoa por onde já tínhamos passado no percurso da manhã. Mesmo da estrada, pareceu-me ver algo a mexer. Veio-me à ideia o juvenil de pato-real observado durante a manhã e decidi aproximar-me. Nem queria acreditar!... Não havia um filhote, mas dezenas deles, várias ninhadas com desenvolvimentos diferentes acompanhadas dos seus progenitores. Até galinhas-d’água (Gallinula chloropus) havia! Foi um momento fantástico, como eu nunca esperei viver nesta Festa das Aves.
Não fiquei para o jantar, nem para o momento musical marcado para animar a noite. A minha família também está em Miranda do Douro a ceia é para passar com ela.
Com o entusiasmo do meu encontro inesperado com os patos-reais não sei o que esperar para o último dia do encontro, mas os dois dias já passados em Vila Chã da Braciosa vão deixar muitas recordações e muita vontade de dedicar mais tempo às Aves.

10 de junho de 2011

Festa das Aves II - 10 de Junho

No dia 10 de Junho desloquei-me a Vila Chã da Braciosa para participar na II Festa das Aves. As aves fazem parte da minha vida e, desde miúdo que nutro por elas uma profunda admiração, posso mesmo dizer paixão. Ao longo dos anos poucas vezes tive oportunidade de aprofundar o meu conhecimento sobre estes seres vivos tão especiais mas sempre comprei e li livros (alguns guias) sobre elas. Posso dizer que tenho uma pequena biblioteca sobre aves, rivalizando este hobby com o da fotografia e o da informática.
Além do encontro sobre aves atraiu-me a possibilidade de passar três dias no Planalto Mirandês. Tenho andado bastante afastado e cinco anos de ausência deixam algumas saudades, das pessoas, da paisagem, dos sons e das cores.
Fui o primeiro a chegar à Junta de Freguesia de Vila Chã. Um pouco mais tarde o que o que o programa marcava, juntou-se o grupo e deu-se início ao encontro. Após uma mensagem de boas vindas pela organização, o Dr. Paulo Travassos, do Laboratório de Ecologia Aplicada da UTAD fez a primeira abordagem à observação de aves, equipamentos auxiliares e métodos.
O grupo, composto de cerca de 15 participantes, quase todos jovens, mostrou-se bastante interessado e não se coibiu em fazer perguntas.
A saída para o campo também aconteceu mais tarde do que o previsto, depois de albardados os burros e ajustados os binóculos.
Os burros foram a alegria das crianças, que fizeram um largo passeio, enquanto os adultos se dedicavam a observar os passarinhos.
Dado o adiantado da hora, o percurso foi reajustado, distanciando-se pouco da aldeia. Mesmo na aldeia apareceram os primeiros exemplares, pardal-comum (Passer domesticus) e andorinha-dos-beirais (Delichon urbica), que toda a gente conhecia. Maia tarde foram aparecendo outras espécies menos conhecidas, como o picanço-barreteiro ( Lanius senator) ou a trepadeira azul (Sitta europaea). Mesmo na berma do caminho uma cia (Emberiza cia) levantou voo, denunciando a localização do seu ninho.
De olhar atento e ouvidos alerta seguimos por um bonito caminho ladeado de carrascos. Foram sendo avistadas várias espécies, sobretudo de passeriformes e aves de rapina, sendo observadas, discutidas e classificadas, uma a uma. Os conhecimentos do grupo foram postos à prova, sobretudo com as rapaces (águias, grifos, britangos, peneireiros, etc.) todos tão distantes que só com a ajuda do telescópio conseguimos a sua identificação. Até o cuco-canoro (Cuculus canorus), de cujo o canto já tínhamos escutado à distância, decidiu exibir-se em grande.
Já de regresso à aldeia, junto ao cemitério, havia uma cerejeira carregadinha de cerejas bem vermelhinhas! A maior parte dos participantes não conseguiu resistir à tentação, esquecendo-se das aves.
O almoço, confeccionado pela organização, foi servido no salão da Casa do Povo, teve lugar perto das duas da tarde, ao preço de 6€. O menu era bastante sugestivo: lombo de porco à pisco com batata à pardal. A condimentar este prato havia finos rebentos de alecrim! O menu para vegetarianos também tinha bom aspecto e melhor sabor (mas não tinha rebentos de soja).
Depois do almoço seguiu-se uma pausa para um café, num estabelecimento da aldeia e até para alguns jogos de matraquilhos. Aproveitei também para visitar o interior da igreja matriz onde não me recordava de alguma vez ter entrado. Gostei bastante porque se trata de um monumento muito antigo (Séc. XVIII), com altares em talha dourada dignos de serem admirados. Senti pena de não ter a mão uma máquina fotográfica melhor, mas talvez nos dias seguintes surja uma nova oportunidade de visitar o espaço.
Os trabalhos da tarde iniciaram-se com a apresentação da lista das espécies identificadas durante a manhã. Foram abordados mais alguns conhecimentos teóricos como o canto, pontos adequados para a observação de aves de no território nacional, diferentes habitats, particularidades de algumas espécies mais difíceis de identificar, etc.
Já quase ao fim da tarde houve nova saída para a observação de aves. A hora já não era a mais propícia, mas, mesmo assim, foram identificadas novas espécies, para somar à lista já considerável.
Depois do regresso à aldeia foi servido o jantar nos mesmos moldes do almoço. O menu foi: vitela à moda da tia Bonelli com esparguete cobreira (uma prato muito sugestivo). Há noite houve uma mostra de cinema, mas eu não fiquei para acompanhar mais essa actividade.
Feito o balanço deste primeiro dia evidencia-se o seguinte: os atrasos no cumprimento do horários tem obrigado a ajustes nas saídas de campo que não acontecem nas melhores horas para observar aves; a lista de aves observadas é considerável (e há muitas espécies abundantes que ainda não foram observadas).
Amanhã (dia 11) há mais saídas de campo.


Lista das espécies que observei
1 Águia-calçada - Hieraaetus pennatus
2 Águia-cobreira - Circaetus gallicus
3 Águia-da-asa-redonda - Buteo buteo
4 Alveola-branca - Motacilla alba alba
5 Andorinha-das-chaminés - Hirundo rustica
6 Andorinha-dos-beirais - Delichon urbica
7 Britango - Neophron percnopterus
8 Cegonha-branca - Ciconia ciconia
9 Chamariz - Serinus serinus
10 Chapim-azul - Parus caeruleus
11 Chapim-real - Parus major
12 Cia - Emberiza cia
13 Cotovia-pequena - Lullula arborea
14 Cuco-canoro - Cuculus canorus
15 Escrevedeira-de-garganta-preta - Emberiza cirlus
16 Felosa-do-mato - Sylvia undata
17 Gaio - Garrulus glandarius
18 Grifo - Gyps fulvus
19 Melro - Turdus merula
20 Milhafre-preto - Milvus migrans
21 Pardal-comum - Passer domesticus
22 Picanço-barreteiro - Lanius senator
23 Picanço-real - Lanius excubitor
24 Pintassilgo - Carduelis carduelis
25 Pisco-rabirruivo - Phoenicurus ochruros
26 Pombo-torcaz - Columba palumbus
27 Rola-comum - Streptopelia turtur
28 Rola-turca - Streptopelia decaoto
29 Rouxinol - Cettia cetti
30 Tentelhão - Fringilla coelebs
31 Toutinegra-carrasqueira - Sylvia cantillans
32 Trepadeira azul - Sitta europaea
33 Trepadeira-comum - Certhia brachydactyla
34 Trigueirão - Miliaria calandra
35 Verdelhão - Carduelis chloris

7 de junho de 2011

II Festa das Aves

A AEPGA (Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino) juntamente com a PALOMBAR (Associação de Proprietários de Pombais Tradicionais do Nordeste) e o Laboratório de Ecologia Aplicada (LEA) da UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) vêm por este meio convidá-lo a participar na II Edição da FESTA DAS AVES, que terá lugar na aldeia de Vila Chã de Braciosa, no concelho de Miranda do Douro, nos dias 10, 11 e 12 de Junho de 2011.

A FESTA DAS AVES foi delineada com o intuito de promover a valorização da natureza através das aves.

Um dos objectivos do evento é também chamar a atenção para os recursos ornitológicos existentes em Portugal, particularmente, para a zona rupícola do PNDI (paisagem dominada pelas escarpas do vale do rio Douro) considerada como uma das melhores áreas do País para a observação de aves de rapina, tendo todas as condições para apostar neste segmento do Turismo de Natureza, se apostar num modelo sustentável de turismo, sensibilizando para a preservação da natureza, pela via do conhecimento e interpretação múltipla do que nos rodeia bem como em serviços qualificados.

Ao longo do fim-de-semana, ocorrerão inúmeras actividades que incluem, passeios na natureza, tertúlias, mostra de filmes, eventos artísticos, actividades para crianças (manualidades como oficinas de construção de caixas-ninho), exposições de fotografia, entre outras. Após as explicações teóricas que decorrerão ao longo do fim-de-semana realizar-se-ão as caminhadas na natureza para observação e identificação de aves, pelas imediações da aldeia de Vila Chã da Braciosa, o­nde os participantes poderão observar na prática os temas abordados. Munidos de binóculos e telescópios, colaboradores com experiência em observação de aves vão encher de cor e brilho os olhos de todos os visitantes que terão, a partir deste fim-de-semana, mais razões para contribuir para a conservação e preservação da natureza .

Caso necessitem de mais informações sobre este evento, poderão contactar-nos através do e-mail burranco@gmail.com ou dos telefones 966151131/92 5790396.

INSCRIÇÕES: http://www.aepga.pt/portal/PT/111/EID/118/DETID/9/default.aspx


REPORTAGEM DA I FESTA DAS AVES, realizada em Vila Chã, em 2010.

Mais informações AQUI

6 de junho de 2011

Ronda das Adegas, em Atenor

A Aldeia de Atenor realizou a Ronda das Adegas, nos dias 27 e 28 de Maio. Foi no dia 28 que tive oportunidade de me deslocar a Atenor para participar da dita ronda. Já há alguns anos que não visitava esta aldeia e, mesmo sem saber bem em que consistiria a dita Ronda das Adegas seria para mim um prazer percorrer de novo as ruas Atenor.
Quando cheguei, pouco depois do almoço, o movimento ainda era pouco. Apenas na antiga escola primária, transformada em bar e sede da Associação havia um grupo de pessoas.
Tomei um café e fui fazer uma visita ao simpáticos burros que ali passam grande parte do ano em completo repouso.
Quando voltei, já se notava a festa. Um grupo de gaiteiros animava a rua, trazendo aquele ar festivo que só a gaita de foles sabe dar.
Entrei na primeira porta que via aberta. Tratava-se de um perfeito museu rural com tudo que existia (e em parte ainda existe) numa casa do planalto mirandês. Demorei imenso tempo a apreciar alfaias agrícolas, a cozinha e o curral. Tratava-se da casa do Tiu Pedro. Aqui havia oficinas de fabrico de sabão e queijo.

A segunda paragem foi na oficina do pão, no forno da Ti Laurentina. Cheguei mesmo a tempo de ver sair uma fornada, e que bem que eles cheiravam.
A paragem seguinte foi numa adega... sim daquelas onde há vinho. Com bom vinho, queijo, azeitonas, chouriço, pimentos em vinagre e pão, a coisa prometia. Foram chegando pessoas conhecidas e a conversa animou. Bebi alguns copos (tive de comprar a caneca)e recordei com os presentes alguns dos lugares por onde já vivi e trabalhei no passado. É interessante como as adegas são bons locais para conversar. Não quero mentir, mas não sei se foi na Adega do Tiu Mário se na adega do Tiu Marina (ou se estive nas duas).
E foi na adega que passei a maior parte da tarde.
Mais tarde continuei o passeio por junto da igreja. Havia jogos tradicionais e tascas representantes de grupos musicais. Também sou grande apreciador da música mirandesa e aproveitei para comprar mais um CD, "La Caramontaína", do grupo Reberdegar.
Ainda tive tempo para entrar no curral onde se encontravam os animais para os passeios. Também aí havia uma exposição fotográfica sobre a "Mulher Rural".
Para terminar chegou um grupo de praticantes de paramotor (parapente com motor) que emprestaram um colorido interessante aos céus da aldeia.
Do programa ainda constavam mais actividades e nem sequer visitei todas as tascas e adegas, mas o tempo passou rapidamente.
Está de parabéns a organização deste evento e todos os que nele se envolveram. Dá gosto ver as aldeias animadas, sem complexos de mostrar o tradicional inovando, chamando gerações mais novas que acabam por se apaixonar pelo planalto e pelo seu estilo próprio de viver.
Espero voltar a Atenor, em próximas realizações deste evento.